domingo, 10 de novembro de 2013

III Exposição Itinerante de Fotografias da Comunidade Católica de Candelária, RS

 (24 fotografias - ago/set 2012)
Resumo:
Apesar de Candelária – RS ter sido detentora de duas reduções jesuíticas (a Jesus-Maria e a São Cristóvão), ou talvez até em função disso, os católicos daqui só receberam permissão para a construção de sua capela, seis anos após a conclusão do templo evangélico.

Capela da Comunidade Católica em 1890. Sua pedra fundamental foi lançada em 24-07-1880, na Rua da Igreja, hoje Rua Júlio de Castilhos, sendo concluída em 1881. Os integrantes da comissão, responsável pela sua construção, foram: Cap. José Bernardino Loureiro da Rosa, Cel. Joaquim Pinto Porto, Antonio Augusto Ferreira e João Vaz Ribeiro.

Ainda assim, após a conclusão das obras, a bela capela só era atendida por padres itinerantes, jesuítas de Santa Cruz do Sul e de Rio Pardo. Seu primeiro pároco foi o Pe. Guilherme Müller que chegou em 12-08-1900 e morou na sacristia da igreja até 1901, quando foi adquirida a casa ao lado, de Cassiano Pinto Porto, por 5.396 réis. Como a Comunidade Católica não dispunha do valor para efetuar a compra, o próprio Pe. Müller teria doado suas economias.
Concomitantemente, a região no Distrito de Costa da Serra que tinha a maior concentração de católicos era a localidade do Quilombo que também providenciaram a construção de sua capela.

A pé ou a cavalo, o Pe. Guilherme Müller cobria uma extensa área, englobando três freguesias: Nossa Senhora de Candelária, São Paulo de Sobradinho e a Colônia do Botucaraí (hoje Cerro Branco). Mais tarde, foi incluída ainda a Colônia Santo Angelo (atual Cortado). Por isso, ele recebia o auxílio de padres jesuítas, como nesta foto, em 1913, no Quilombo, onde o Pe. Theodoro Amstadt S. J. e o Pe. Fidelis de La Mote realizaram missões em Língua Alemã, devido ao grande número de imigrantes e seus descendentes que ainda não dominavam a Língua Portuguesa.

Mas era a Liga das Senhoras Católicas que não deixavam a fé esmorecer, promovendo procissões pelas ruas da cidade, como esta, a Procissão do Corpo de Deus em 1935, a qual transcorreu sem cânticos, em respeito aos vários doentes que havia nos locais por onde passaram.

Assim como a igreja católica não recebia a devida assistência do clero, também o ensino era ministrado esporadicamente, sempre por professores temporários que se dispunham a dar aulas. Na foto, vemos a Professora Ilze Pomarcher em 1936, com sua turma de alunos da Escola Católica de Candelária – RS.

E foi somente com a chegada de um grupo de irmãs Bernardinas em 1950, que assumiram o comando da escolinha – que funcionava nas antigas instalações onde hoje se encontram os novos pavilhões da paróquia – que a comunidade passou a ter maior visibilidade. A Madre Vitorieta (norte-americana) e as irmãs Angelita, Emilia e Augustina logo se dispuseram a percorrer as localidades para angariar fundos, destinados à construção do atual prédio do Colégio Nossa Senhora Medianeira. Para o seu deslocamento nesta árdua tarefa, contaram com o carro particular do Cel. Albino Lenz, que designou seu próprio filho Rui como motorista. (Oveiras, 1950)

A construção do Colégio Nossa Senhora Medianeira consumiu toda a arrecadação da Comunidade Católica de Candelária – RS durante 20 anos. A área, onde foi construído, era conhecido com Praça da Bandeira.  Pertencia a Lory Ieda Ellwanger, Carmen Gay da Costa, Raul Harry e Nelson da Costa, numa área de 7.744m2, sendo adquirida pelos católicos em 26-02-1949, por 20 mil cruzeiros.


Em 10-01-1971, foi celebrada a última missa pelo Pe. Alfredo Lenz na velha capela. Um cabo de aço, puxado por uma patrola da Prefeitura Municipal, derrubou sua torre dois dias depois, dando lugar para a construção da nova igreja.
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Meus agradecimentos aos patrocinadores desta exposição:
INFOTEC, Paulo Roberto Görck, Rui Lenz  e Supermercado Wollmann

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