O livro Cemitérios em Candelária, RS e adjacências / Friedhöfe in Candelária, RS und Umgebung traz os nomes de 5.803 pessoas, com suas respectivas datas de nascimento e falecimento, sepultadas em 40 cemitérios nos municípios de Candelária, Passa Sete e Vale do Sol. Visando facilitar a sua localização, traz ainda o endereço de cada cemitério, bem como um esquema que relaciona o nome da pessoa ao local de sua sepultura. Os dados de cada obituário foram registrados conforme estão nas lápides. Os nomes dos cemitérios, seus endereços e esquemas estão também traduzidos no idioma alemão. Duas crônicas integram a obra, referente à criação dos cemitérios familiares Knies e Schuck.
_____________________________________________
Editora Oikos
Tamanho 19,5 x 28 cm
124 páginas
Preço: R$ 40,00
(frete incluso para todo Brasil)
_____________________________________________
Listagem dos sobrenomes encontrados nos cemitérios pesquisados:
Abling, Achtenberg, Aggens, Albrecht, Almeida, Alves, Andrade, Anger, Aretz, Aubana (Haubert), Aude, Auler, Aute, Ávila, Azevedo, Bagel, Baier, Baierle, Bailke, Bapen, Bappen, Bartel, Bartz, Basso, Bastos, Batista, Bauer, Beber, Becker, Behling, Beier, Beise, Beisse, Belhke, Beling, Bellingh, Bender, Berlr (Berle), Bernardi, Bernardy, Bernhard, Bertoline, Bicca, Bilge, Bittencourt, Blank, Bloesz, Boeck, Böck, Bock, Boer, Böer, Boesel, Boettger, Bohrer, Bolduan, Bolgrin, Boness, Bopp, Borchard, Borges, Born, Borstmann, Bottlender, Braatz, Braga, Brainer, Brainert, Brandão, Brandt, Brant, Brats, Bratz, Brem, Bressler, Bringmann, Brockhausen, Brixner, Brum, Bublitz, Buchmaier, Buchmayer, Buchmeier, Bündchen, Burmeister, Busato, Busch, Buss, Butzke, Butzker, Butzlaff, Campos, Candido, Cardoso, Carlotto, Carmo, Carvalho, Casdro, Caspers, Castan, Castro, Ceza, Cezar, Chaves, Christmann, Chultz, Clauhs, Coimbra, Colto, Conceição, Conrad, Correa, Correia, Coulart, Couto, Cristow (Ristow), Daleaste, Dashow, Dassov, Dassow, Daumke, Dausel, Davares, D’Ávila, Dettmann, Dias, Diehl, Doebber, Doege, Doss, Drachler, Durre vald (Dürrewald), Dürrewald, Dutra, Duval, Ebert, Eckel, Einloft, Gerunewald, Gevehr, Gewehr, Ghiell, Giehl, Gienow, Ginow, Goechs, Goecks, Göcks, Goelzer, Göhl, Goldbeck, Gomes, Gonçalves, Gomçalves, Gonsalves, Goulart, Goularte, Goularti, Grade, Graeff, Grehers, Grehs, Greiner, Groeler, Gröler, Grohe, Gruneval, Grunewald, Guedes, Guindel, Gularte, Guna, Gündel, Güntel, Haetinger, Hackbard, Hackbarth, Hasse, Haubert, Haupt, Haut, Hauth, Hautt, Heilmann, Heylmann, Heimerdinger, Heinrich, Heinze, Heize (Heinze), Heller, Hencker, Henckes, Henke, Henker, Henkes, Henquer, Henrique, Herber, Herberts, Herbertz, Hermenegildo, Hesel, Hessel, Hienze (Heinze), Hinz, Hintz, Hirsch, Hoppe, Hoqqe (Hoppe), Hösel, Hübner, Hüschen, Ignácio, Iser, Jaehn, Jagnow, Jahke, Jahn, Jahnck, Jahnke, Jancke, Janke, Jappe, Jensen, John, Jost, Jung, Junk (Jung), Kadatz, Kamenberg, Kanitz, Kannenberg, Kappke, Karnopp, Karsten, Kasburg, Kaulfersch, Kegler, Kellermann, Kenemann, Kettermann, Klaus, Kleid, Klein, Kleinert, Klock, Knak, Knies, Knirsch, Knoll, Kochemborger, Kochenborger, Koenemann, Könemann, Koenig, König, Koepp, Köpp, Kohls, Konrad, Konradt, Koppenhagen, Kops, Körner, Kotz, Krätzmann, Krause, Kreher, Kretzmann, Krug, Krüger, Kühl, Kuhn, Kummer, Kuntz, Kunz, Küntzer, Lamdskron (Landskron), Lauer, Leib, Leid, Lemes, Lenz, Leopold, Lermen, Lessing, Limberger, Lindemann, Linha, Linhar, Linhares, Lipert, Loebens, Loeve, Loewe, Löwe, Lopes, Love, Ludtk, Luedtke, Lüdtke, Lüdtze, Luther, Lütke, Luettjohann, Lüttjohann, Lutz, Machado, Machata, Maciel, Maehler, Mahlke, Maidana, Malich, Mallüg, Manske, Maraschin, Marascuim, Marion, Maroes, Marques, Martin, Martins, Massadt, Mata, Mattana, Mechow, Melchior, Melchiors, Melz, Menezes, Michel, Milbradt, Minhs (Minks, Minks, Mohr, Mora, Moraes, Morais, Moraz, Morsch, Mota, Moura, Mouro, Müchel, Mueller, Müller, Muler, Mundstoc, Mündstock, Mundstock, Münks, Nass, Nauder, Nauderer, Nehls, Nenemann, Nery, Neu, Neubauer, Neuenfeldt, Noinfelt, Nunes, Oesterreich, Oldenburg, Oliveira, Oltenbuar, Otto, Overbeck, Overbecke, Padilha, Pagel, Paranha, Parnow, Passos, Paulos, Paulus, Pereira, Perussato, Petri, Petry, Pherner, Pidt, Pimenta, Pires, Pitrovsky, Plautz, Pless, Polli, Polly, Pomerening, Porto, Post, Pothin, Prade, Prado, Prates, Preste, Prestes, Priebe, Puntel, Quevedo, Quimba, Quoos, Quos, Rachel, Radinz, Radke, Radtke, Radüns, Raduntz, Radünz, Ramm, Ramoz, Rathke, Ratzinger, Rauber, Rech, Rediske, Regert, Rego, Rehbein, Rehebein, Rehers, Reis, Reohr, Ret-zlaff, Richardt, Rickmann, Rieck, Ristov, Ristow, Ritzel, Rocha, Rodrigues, Roehrs, Röhrs, Roerhs, Rohde, Roehers, Rohers, Röhers, Röhes, Roloff, Roos, Rosa, Rosário, Rösler, Rossa, Rothmund, Rotrique, Ruckert, Ruff, Runge, Ruppenthal, Rusch, Rusdoitschen, Rutsads, Rutsats, Rutsatts, Rutsatz, Ruttsatz, Sá, Salim, Sandos, Santos, Schäme, Schefferdecker, Schell, Scherer, Schiefelbein, Schieferdecke, Schieferdecker, Schieffelbein, Schiefferdecker, Schiferdecke, Schiferdecker, Schiferdeker, Schifferdecker, Schilling, Schlittler, Schlemma, Schlemmer, Schloesser, Schlosser, Schmachtenberg, Schmid, Schmidt, Schmiedt, Schmitt, Schnantes, Schneider, Schönwalder, Schroeder, Schröder Schuck, Schuler, Schuldz, Schultz, Schulz, Schumacher, Schüncke, Schünke, Schurer, Schürer, Schvantes, Schwandes, Schwantes, Schwantez, Schwantz, Seckler, Sehn, Seibert, Severo, Seza, Shäme, Shulthz, Shultz, Silva, Silveira, Simon, Slim, Soares, Souza, Sperling, Staffen, Stahlecker, Stail (Steil), Steffen, Steil, Stein, Steindorff, Steinhaus, Stoeckel, Strach, Strassburger, Strub, Stumm, Souza, Suckow, Sudhaus, Svarosky, Tech, Teche, Teichmann, Teixeira, Tesch, Tesche, Tetzlaff, Theichmann, Thom, Thume, Trindade, Turcatto, Türk, Ullmann, Ummus, Vargas, Velsch, Vick, Vidal, Voelz, Völz, Voese, Volff, Wagner, Waide (Weide, Wallter, Wanzen, Wegener, Wegner, Weide, Weinig, Weinöhl, Weirich, Welker, Welsch , Wendler, Wermuth, Wernz, Wiedenhöft, Willmann, Wilmann, Winck, Winkelmann, Winter, Wohlenberg, Wolff, Wolffenbüttel, Wollmann, Wollmer, Wunes, Wunstel, Zahn, Ziehmann, Zielch (Zilch), Ziemann, Zieske, Zilch, Zillmann, Zillmer, Zingler, Züge, Zühl, Zül, Zuse, Zusser
Uma família, um cemitério: a tragédia de uma epidemia
_____________________________________________
Cemitério Familiar Knies
Oveiras, Candelária - RS
_____________________________________________
Fevereiro de 1907. Enquanto os poucos moradores da então Povoação Germânia dormiam intranqüilos com mais um surto de tifo nas redondezas, um cavaleiro avança solitário pela Rua do Comércio, por volta da meia-noite. Vem de uma região do campo, chamada Boa Vista, localizada na fazenda de Jacinto Gomes, em Oveiras, onde é posteiro e domador.
Ao chegar em frente à selaria e residência de João Gabriel Petry, desce do seu cavalo e bate na porta com insistência. Ao ser atendido, identifica-se pelo nome: Honório Rodrigues de Oliveira. Ao mesmo tempo em que pede desculpas por sua importuna chegada, explica sua missão: é necessário avisar, com urgência, ao Augusto Guilherme Alberto Knies que os membros de sua família estão todos morrendo. A esposa e um filho já haviam sido enterrados, dois filhos estavam sendo velados, enquanto uma das filhas delirava em febre.
Fatos assim não eram incomuns em uma época onde as doenças infecto-contagiosas dizimavam famílias inteiras, pois não havia medicamentos, tampouco hospitais. Apenas um médico no vilarejo, que fazia de sua própria moradia um precário local de atendimento e internação dos doentes. Mas o caso torna-se peculiar pela dificuldade enfrentada por uma mulher com seus cinco filhos menores, em uma propriedade onde seu vizinho mais próximo ficava a cerca de dez, doze quilômetros de distância em linha reta. Vale também ressaltar que, em tão angustioso momento, ela não dispunha de qualquer empregado.
Naquele verão castigado por uma enorme estiagem, onde as cachimbas secaram e a pouca água disponível nos açudes era de péssima qualidade, Augusto Knies encontrava-se com duas filhas maiores em outra propriedade sua, na Linha do Passa Sete, auxiliando uma terceira e seu marido, residentes naquela localidade, durante a colheita.
Tão logo foi avisado da desgraça, o infortunado homem que já tivera uma filha, de apenas quinze anos, vitimada pela mesma enfermidade, quando ainda residiam na Linha do Arroio Grande, tentou de pronto salvar seus outros dois filhos daquele infeliz destino. Como, porém, não obteve sucesso, procurou seu lindeiro João Lenz, dizendo-lhe “não suportar mais de tanta tristeza pelo ocorrido naquele local” e ofereceu-lhe seus trezentos hectares para venda. O vizinho, junto com Jacinto Gomes, adquiriu a propriedade, cada qual a metade. Poucos anos mais tarde, Augusto Guilherme deixou o município, fixando residência em Cerro Baltazar, São Pedro do Sul, RS, aonde veio a falecer em 23 de julho de 1932 e está sepultado.
E como a testemunhar aquela tragédia, resta o pequeno cemitério familiar no alto de uma coxilha, com suas seis lápides de uma só família, todos mortos pela mesma doença em questão de um mês.
* Meu sincero agradecimento a Rui Lenz pelo seu depoimento
Origem do cemitério Schuck: lenda ou verdade ...
_____________________________________________
Cemitério Familiar Schuck
Linha Bernardino Loureiro, Candelária - RS
_____________________________________________
Perdido no alto de uma leve coxilha no potreiro, lá está ele, o cemitério Schuck. A mais ou menos um quilômetro da entrada para a Linha Bernardino Loureiro. Suas poucas sepulturas parecem esquecidas no tempo, enquanto, ao fundo, se ouve o barulho tranqüilo de um pequeno córrego, que corre por entre a sombra de uma escassa mata ciliar.
Quem chega ao local, passando pelas velhas e grandes plataneiras, talvez nem imagine o sofrimento vivenciado pelos membros daquela família pioneira e da qual alguns ali estão em seu repouso eterno. Antes de 1870, o imigrante Christian Ellwanger estabeleceu-se naquele local, em uma área de terras que adquirira ao chegar ao então Distrito da Costa da Serra, pertencente ao município de Rio Pardo.
Certo dia, mais especificamente em 17 de outubro de 1873, ele decidira moer canas-de-açúcar para assim, com a calda, cozinhar um tacho de gostoso melado. Sua esposa Elisabeth achava-se em seus últimos dias de gravidez.
Era uma época de muito trabalho árduo, praticamente braçal, em que as crianças, por falta de educandários, aprendiam na escola da vida, observando e auxiliando seus pais. E foi assim que sua filha Christina, de apenas oito anos de idade, encontrava-se sob o teto do mesmo galpão, junto a seu pai, talvez o ajudando em alguma tarefa. O fato é que, enquanto Christian estava ocupado em enfiar os caules das canas por entre as rodas da prensa, em determinado momento, os burros que moviam a moenda pararam de súbito. Pensando que o motivo fosse o cansaço dos animais, deu-lhes um tremendo açoite. Os jumentos teriam dado um brusco salto à frente, acionando de novo as rodas. Ao mesmo tempo em que teria ouvido o estalar de algo anormal, a cabeça da pequena Christina caía frente aos seus pés.
Arrasado pela tristeza, Christian Ellwanger teria decido que sua filha não seria sepultada no cemitério comunitário, mas sim, em sua propriedade e bem próximo à residência, pois toda a manhã, ao abrir a porta da casa, queria ver o seu túmulo e poder lhe dizer: “Bom dia, minha pequena Christina!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário